Indignação da comunidade do distrito de Fátima

“A comunidade de Fátima, distrito de Flores, cumpre o doloroso dever de comunicar à população em geral, e, de modo especial à Defensoria Pública, que, mesmo sendo anfitrião da água de Fátima, a Compesa, através de sua gerência usa de má fé para denegrir o direito que nos é concedido de usufruir o bem mais precioso que Deus nos deu: a água.
Recentemente, a direção da Compesa de Afogados da Ingazeira, esteve em reunião com a população de Fátima, garantido que iria dar um suporte melhor relacionado à distribuição de água para a população ora indignada. E deu! Cortou um croqui que distribuía dois dias de água mineral para a população de Fátima, cuja água, serve para dar descarga nos banheiros de Flores, Sitio dos Nunes e Custódia, deixando para os pobres miseráveis de Fátima, uma água de péssima qualidade de um poço que não consegue atender a demanda de Fátima.
E, o que é pior, a empresa resolveu massacrar a população de forma geral: Não distribui água boa, nem ruim, nem péssima. A prova disto é que além das residências, a escola Dário Gomes está correndo o risco de parar suas atividades, pois não tem água nem para se tomar um comprimido. Existem diversas formas de bombardear uma comunidade. A gerente está de parabéns, cumpriu a palavra, tá recebendo as contas de água certinhas e certamente nos chamando de otários. (Nerivaldo Pereira, morador de Fátima)”

Lembranças...

Saudades do balanço no pé de Flamboyant na frente do Chalé dos meus pais, plantado pela minha Tia Maria Pereira, irmã mais velha de minha mãe. Ficava do lado de uma estrada de chão que seguia para a Serra Vermelha, marcada pelas curvas das cercas feitas pelo meu avô paterno, depois pelo meu pai e seus vizinhos.
Após alguns anos, meu pai mudou a estrada ao redor do Chalé onde morava. A estrada da minha vida também mudou, seguiu para longe, dividiu-se em retas, curvas, pareciam torturantes caminhos sem fim! Mas eu consegui juntar os pedaços, reconstruir meu caminho e voltar.
O pé de Flamboyant continuou firme sua rotina de florescer colorindo a estrada, estendendo seus galhos ora mais altos, ora mais baixos, para fazermos novos balanços para nossos filhos, sobrinhos e primos.
Meu Tio Luiz Alves colheu sementes do Flamboyant. Meu pai mudou a estrada mais uma vez. Minha vida seguiu outra vez caminhos desconhecidos. O Flamboyant foi atingido por um raio. Meu Tio Luiz me deu quatro mudinhas do Flamboyant. Que idade essas sementes têm? Não sei, paramos de contar os anos do Flamboyant quando minha mãe morreu.
As mudas do Flamboyant cresceram e festejei suas primeiras flores vermelhas tocando seus galhos carregadinhos de cachos floridos colorindo a estrada ao lado de minha casa, marcada pela sombra generosa que enche a paisagem e transborda dos meus olhos ansiosamente agradecidos.
Estão plantados ao lado da minha casa, como se fosse para me mostrar que, mesmo mudando os rumos da estrada, também poderei colher sementes, cuidar de novas mudas, fazer balanços em seus galhos fortes e ter sempre um lugar para onde voltar.