Um homicídio sem respostas e a luta de uma mãe por justiça

Há quase três anos do assassinato do empresário Arnaldo Pires, o que ainda chama atenção é a falta de respostas que possam elucidar esse crime. Recentemente foi feita a reconstituição, mas nada de concreto ainda existe. Como não podia ser diferente, a mãe de Arnaldo, Gorete, continua diariamente lutando por justiça. Prestes a completar mais um aniversário da morte de Arnaldo, Gorete está fazendo uma súplica através de panfletos distribuídos por ela mesma de casa em casa numa luta incansável que só mesmo uma MÃE para dar tão grande prova de amor.

Súplica

“Este é meu filho, Arnaldo Pires, um cidadão do bem; mais uma vítima do gatilho da impunidade na “cidade das tradições”. Você sabe quem são eles (os criminosos)? Feche os olhos e pense imaginar a dimensão do meu padecer com tamanha crueldade. Você PAI, você MÃE, vocês sabem o grande amor que sentimos por nossos filhos, e se puderem me ajudar a desvendar este mistério, eu agradecerei, de joelhos, como de joelhos eu imploro, que se souber algo, procure o Poder Público e dê sua informação.
Seu nome será mantido em sigilo, a nível nacional. Abrace esta causa, entre tantas outras; VOTE contra a impunidade criminosa que ocorre na cidade das tradições (Tabira). Suplico o seu depoimento e, repito, não saberei quem é você, porém agradecerei de joelhos, as declarações que puder prestar em favor de uma mãe que luta desesperadamente na elucidação de tamanha traição e covardia.
As mãos ensanguentadas de Jesus conduzam você até as autoridades para que a justiça possa acontecer.

De joelhos, Gorete Dantas (mãe).”
[do blog TabiraHoje]

Promessas

Final de campanha. Todo candidato tentando buscar seus últimos votinhos. É hora de perceber se você, candidato, prometeu as coisas que realmente pretende fazer. Aqui vai o caminho pra conquistar o seu curralzinho eleitoral “de última hora”. Tem que prometer tudo que pretende fazer e tudo que pretende não fazer também. Promessa é “compromisso que se assume de fazer ou não fazer algo”. “Prometo construir isso”; “não pretendo fazer aquilo”. Tem que dizer tudo pra depois eu poder cobrar. Prometido é devido.

A primeira coisa que a “equipe de campanha” diz a político-candidato é pra não prometer: “apresente propostas; promessas já estão muito desgastadas, fora de moda”. Outros dizem que promessa não enche barriga. Que quem gosta de promessa é santo. Eu aviso logo que só voto em candidato que prometa.

Promete construir uma praça no bairro tal? Quero saber onde, quando e como arranjará o dinheiro. Praça mesmo? De verdade? Com parquinho, área de eventos, jardins? Ou uma pracinha só pra constar, com meia dúzia de bancos, um monte de terra e sei lá mais o que? Se prometer de um jeito e fizer de outro, vou cobrar.

Diga qual a sua prioridade? Aliás, prioridade é substantivo feminino e singular. Prioridade é “condição do que é o primeiro em tempo, ordem, dignidade”. Tá no Aurélio. Primeiro é primeiro. Só tem um. E óbvio que, numa cidade pobre como Afogados da Ingazeira, a prioridade são os pobres. Até porque é a grande maioria. De eleitores, inclusive. E democracia não é, justamente, a vontade da maioria. Portanto, essa é promessa principal de quem é candidato a qualquer coisa, até a síndico de prédio: atender à maioria. Vejamos outras promessas.

Quem é que promete organizar o trânsito na Manoel Borba, Barão de Lucena e Antônio Rafael de Freitas, restaurar o asfalto, diminuir as lombadas, ordenar as vagas de estacionamento, tirar as carroças e transformar num centro comercial organizado? Mas, organizar mesmo. Deixar tudo bonitinho.

Qual dos candidatos topa recuperar o Rio Pajeú? Sanear os arredores, tratar os esgotos, tirar o entulho e revitalizar o rio? E então, quem topa? Se topar, prometa. Prometendo, você tem grande chance de conquistar mais um micro curral eleitoral. E vou cobrar. Prometido é devido.

E os esgotos a céu aberto, hein? Dá um jeito nisso, bicho. Procura saber como é que faz pra acabar com aqueles esgotos que formam um buraco no calçamento ou no asfalto. E ainda alagam tudo em dia de chuva. Só na Diomedes Gomes Lopes tem dois. Carro pequeno só passa na primeira. Haja Hillux. E ouvi dizer que o prefeito de Nova York tá plantando um milhão de árvores. Que tal prometer mil para Afogados da Ingazeira?
E promete construir quantas escolas na zona rural? Quero saber em que comunidades e se vai ser escola de verdade. Vai até o nível médio? Fundamental? Ou vai ter só o bê-a-bá e é uma desculpa pra ganhar voto? Se prometer de um jeito e fizer de outro, vou cobrar. E se não prometer piroca nenhuma, não venha depois de eleito querer fazer o que der na telha, não. O que não é prometido é indevido.

Além de prometer, tem que jurar de pés juntos que não vai espalhar mais lombadas pela cidade. Os quebra-molas são mal feitos e mal localizados. Servem mesmo é pra estragar o carro do cidadão. Naquela ruazinha mixuruca da faculdade, a Oswaldo Gouveia, tem dois em menos de cinquenta metros. Prometa reduzir a altura das lombadas e diminuir a quantidade. É só a prefeitura autorizar, chamar a secretaria de obras e meter o pau.

Agora, eu digo que o cabra é bom e cumpridor da lei, se ele prometer fazer valer a tal da Lei do Silêncio. Essa que estabelece limites de decibéis a qualquer hora do dia ou da noite. Mas tem que comprar os aparelhinhos e fazer valer pra Deus e o mundo. Igrejas, bares, malas de carros, carrinhos de CD pirata, propagandista de lojas e ..., principalmente, CARRO DE SOM EM CAMPANHA ELEITORAL. Tudo e todos. Mas lembre-se: prometido é devido.

Acho que os candidatos estão tentando buscar seus últimos votinhos. Então, taí. Tope. Prometa. Você tem grandes chances de, na última hora, conquistar mais um micro curral eleitoral. E, se eleito, vou ficar no seu calcanhar.

Edite Nunes de Siqueira
* 06.06.1933
† 04.10.2011

Neste sábado 6, às 19h, na Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Sobreira, em Afogados da Ingazeira, será celebrada Missa de Primeiro Aniversário de Falecimento da inesquecível professora dona Ditinha.

Vamos acreditar, vamos votar!

O início de eleições aqui no Brasil aconteceu em 1532 e, na época, visava apenas escolher o Conselho Administrativo da vila São Vicente, primeira cidade brasileira, localizada no litoral paulista.
Portanto, são 480 anos de experiência do povo brasileiro, vivendo as mais deferentes situações, seja em lutas pela liberdade ou disputas pelo poder. Mesmo assim, sinto que ainda temos muito a evoluir em termos de consciência política.
Lembramos que, no século XVIII, Tiradentes foi enforcado e esquartejado por liderar um levante contra a cobrança do quinto real. Toda população do Brasil Colônia tinha que pagar 20% de tudo que produzisse à Coroa Portuguesa. Dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, esse percentual ao final de 2011 chegou a 38%, ou seja, quase o dobro daquele conhecido “quinto dos infernos” e não vemos nenhum movimento contra esse ilícito cometido pelo governo.

Entendo a indignação de Rui Barbosa ao afirmar: “Sinto vergonha de mim, por ter sido educador de parte deste povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade, e por ver este povo já chamado varonil, enveredar pelo caminho da desonra”.

Num momento delicado em que passa a credibilidade da política brasileira, o Supremo Tribunal Federal, mais alta corte da justiça brasileira dá sinais de que as palavras do “Águia de Haia” terão que ser revistas. Surge uma luz no fim do túnel, um clarão não tão próximo, mas possível de ser alcançado.
Vamos percorrer esse trajeto acreditando no comportamento do ministro Joaquim Barbosa. Esse homem humilde, filho de pais pobres, fazia faxina no TRE de Brasília e chegou ao nobre cargo que ocupa no judiciário, dando uma nova esperança a esse povo tão descrente com as injustiças da justiça. Um exemplo de dignidade, honradez, equilíbrio, competência, conhecimento jurídico, imparcialidade, coragem e muita fé em Deus.
No próximo domingo, 07 de outubro, iremos votar em prefeitos e vereadores dos mais de cinco mil municípios brasileiros. As 106 cidades com candidato único, nesse pleito de 2012, também viverão a festa da democracia. Então, vamos escolher nossos candidatos com muita responsabilidade, caso contrário crescerá a ideia de que “de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se o poder nas mães dos maus, o homem chega a rir-se da honra, desanimar-se de justiça e ter vergonha de ser honesto”.
Não podemos nem devemos, nunca, nos omitir. Afinal, “maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado!”.
Democraticamente,
Carlos Moura Gomes