Avante triangulinos, chega de estarmos colados contra nossa vontade a um estado que nao corresponde a nossa cultura!!!

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Deputada propõe plebiscito para estado do Norte

O processo de criação do Estado de São Francisco, formado pelo Norte e Noroeste de Minas, além dos Vale do Jequitinhonha e Mucuri, começa a ser consolidado: a deputada Elbe Brandão (PSDB), anunciou ontem, em Montes Claros, que apresentará requerimento para a Assembléia Legislativa realizar plebiscito, em 2002, nestas três regiões, como forma da população emitir seu parecer sobre este projeto. Ela pretende solicitar ainda que o legislativo também realize os estudos econômicos e técnicos sobre a criação deste Estado, que servirão para embasar o pedido a ser encaminhado ao Congresso Nacional. No dia 1º de janeiro, durante sua posse, o prefeito Jairo Ataíde (PFL), de Montes Claros, defendeu a proposta de criação deste Estado. A deputada norte-mineira acredita que o governador Itamar Franco apoiará o projeto de criação do Estado de São Francisco, tendo em vista seu posicionamento favorável ao pacto federativo. 'Vamos abrir discussão sobre este assunto, pois estas três regiões, consideradas as mais pobres de Minas Gerais, não podem ser prejudicadas por fazerem parte de um Estado rico. Veja o exemplo do Projeto de Combate a Pobreza, denominado 'Alvorada', onde os indicadores sociais e econômicos do Norte e Noroeste, além do Jequitinhonha, são baixos, mas inseridos no contexto estadual, acabaram impedindo a sua imediata inclusão', justifica a deputada, que inicialmente pensou apenas em pedir o plebiscito na área mineira da Sudene. Outro aspecto observado por ela é que a área mineira da Sudene vive uma dupla discriminação: deixa de receber maiores benefícios do Governo federal, por estar em Minas Gerais, que é Estado rico e os governadores mineiros também deixam de fazer investimentos na área, por entender que isso é competência do Governo federal, através da Sudene. 'O Estado de São Francisco será um dos maiores da área da Sudene, além de carrear mais recursos para uma área específica', sinaliza a deputada estadual, que pretende envolver toda bancada norte-mineira e jequitinhonhense nesta discussão.

Proposta será debatida

MONTES CLAROS - A criação do Estado do São Francisco será discutida no dia 15 de janeiro, em Montes Claros, com lideranças do Norte de Minas, promovida pelo prefeito municipal Jairo Ataíde (PFL), que pretende reunir todos deputados estaduais e federais. O evento será realizado no auditório da Câmara Municipal, a partir das 17 horas. Depois de lançado em Montes Claros, será levado para discussão nas outras regiões a serem inseridas no Estado. O movimento é uma luta iniciada desde 1986, liderada pelos professores universitários Alfredo Dolabela, Expedito Mendonça, além do médico João Almeida Barros Lima e o historiador Simeão Ribeiro Pires, que faleceu no ano passado. O projeto chegou a ser inserido na Constituinte de 1988, defendido pelo deputado Humberto Souto, agora presidente do Tribunal de Contas da União, mas acabou derrotado, sendo que somente o Estado de Tocantins foi criado. O coordenador geral do movimento, Alfredo Dolabela, lembra que em dados de 1988, o Estado de São Francisco seria o 17º do Brasil, em volume de recursos. Entretanto, receberia mais verbas para obras de infra-estrutura e benefícios do que está sendo repassada agora. A população envolvida é de 3 milhões de habitantes nas quatro regiões mineiras que integrariam o novo Estado. Os coordenadores decidiram retirar o Sul da Bahia, por entenderem que isso somente dificultaria a aprovação no Congresso Nacional, onde a bancada baiana tem muita influência. O professor universitário Iran Rego, ressalta que a discriminação sofrida pelo Norte de Minas é a principal causa deste movimento. Ele lembra que a região está totalmente desassistida de investimentos públicos. 'Enquanto recebemos apenas R$ 54,00 por pessoa, no ano, de recursos públicos, Roraíma recebeu R$ 762,00 e foi o Estado com menos recursos. Isso demonstra que a emancipação garantirá mais recursos para esta região mineira e deixaríamos de ficar mendigando ajuda em Belo Horizonte', explica Rego.