AFOGADOS DA INGAZEIRA - MEMÓRIAS Guest Book

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DÚVIDAS

1ª) Leitor quer saber: no Recife ou em Recife?

Comentário de leitor: “Tenho observado que nossos jornais escrevem de diferentes formas.”

É este o nosso pecado: a falta de padronização. Não devemos reduzir o caso a uma simples discussão de certo ou errado.

O fato é que no sul do país, costumamos omitir o artigo: “nasceu em Recife, vem de Recife, viajou para Recife”.

Já os recifenses fazem questão do artigo. Tomam por base uma antiga regra (nem sempre respeitada) que diz ser obrigatório o uso do artigo quando o nome do lugar se origina de um acidente geográfico, como o Rio de Janeiro e a Bahia.
Como o Recife vem de recife (rochedos à flor da água nas proximidades da costa), deveríamos usar o artigo: “nasceu no Recife, vem do Recife, viajou para o Recife”.

(DICAS DE PORTUGUÊS: http://g1.globo.com/educacao/blog/dicas-de-portugues/post/no-recife-ou-em-recife-veja-a-forma-correta.html)

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 6-dezembro-2015 / 7:57:39

Seiscentos e Sessenta e Seis

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas…
Quando se vê, já é 6ª-feira…
Quando se vê, passaram 60 anos…
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
seguia sempre, sempre em frente …
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.

Mario Quintana QUINTA, M. Poesia Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar. 2005.

O Tempo

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está à minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

Nota: O texto começa com uma adaptação do poema "Seiscentos e Sessenta e Seis", de Mario Quintana, e termina com frases cuja autoria é desconhecida.

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 2-dezembro-2015 / 10:12:58
Em contato com Djalma Marques, fomos informados que nesta madrugada de segunda-feira 30, dona Salvina (1928-2015), 87 anos, viúva do antigo alfaiate “afogadense” Romão Marques, faleceu na distante Palmas, no Tocantins, onde reside o filho mais velho, Dr. João Ézio..
Há dias se encontrava na UTI, mas, nas primeiras horas de hoje ocorreu a falência múltipla dos órgãos.
O sepultamento será realizado naquela capital.

Aos familiares, nossa solidariedade.

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 30-novembro-2015 / 9:23:02

Sebastião Marques de Oliveira
(28.01.1923 – 20.11.2015)

Faleceu na sexta-feira 20, às 21h40, prestes a completar 93 anos de idade, em sua residência em Afogados da Ingazeira, de falência múltipla dos órgãos, “Seu Sebas...”, servidor público íntegro, que por muitos anos prestou relevantes serviços à comunidade afogadense.
Somente ontem à noite tomei conhecimento dessa triste notícia. Certamente por ser um senhor simples, humilde, não tenha havido a merecida divulgação, nem lhe prestada qualquer homenagem, ele que fez história na nossa cidade.
Amnésia... descuido dos poderes públicos!

Falar em Energia Elétrica/Iluminação Pública em Afogados da Ingazeira, logo nos vem à memória “Seu Sebas”.

No nosso livro escrevemos:

“O senhor Sebastião Marques de Oliveira, “Seu Sebas eletricista”, nasceu em Sertânia no dia 28.01.1923.
Veio para Afogados em 1952 (aos 29 anos), ainda jovem - onde fixou residência e constituiu família -, para trabalhar na Usina Térmica, então pertencente a Severino Pereira Pires (irmão de Zeca Pereira). Dois meses depois a prefeitura assumiu a administração da referida Usina.
Nomeado pela nova administração no 1º dia de dezembro de 1952, prestou relevantes serviços à cidade durante 26 anos.
Figura indispensável nos finais de tarde, já quase anoitecendo, lá vinha ele, homem alto, moreno, figura esguia, com uma espécie de “cabo de vassoura” na mão, ligando todas as chaves dos postes, acendendo as lâmpadas - era ele o responsável pela iluminação pública da cidade.
Nessa época o fornecimento era das 17h30 às 24h. Quase todos os meses ele ia ao Recife resolver problemas com peças do motor.
Após a inauguração da “Energia de Paulo Afonso”, trabalhou algum tempo na CELPE, mas, tendo em vista a remuneração ser inferior à da prefeitura, não aceitou.”

Ainda falando sobre Afogados da Ingazeira, naquela época:

“Se a situação era difícil com relação a água, no campo da energia elétrica era pior. Aquela, nos era fornecida, ainda que precariamente; esta era de fato inexistente, até as primeiras décadas do século XX.
Foi fornecida, inicialmente, por uma Usina Térmica a motor, na gestão do Sr. Pedro Pires Ferreira. O motor para gerar energia veio da cidade de Monteiro, em 1930, em vários carros de bois.
Foram encontrá-lo, no sítio Gangorra, várias pessoas: Luiz Amaral, Luiz Guaxinim, Tonho Zezé, Paulo Cruz, Zé Reinaldo, e outros, ansiosos para receber a novidade na cidade.

O fornecimento de luz e água foi administrado, a princípio, pelo Sr. Severino Pereira Pires, irmão de Zeca Pereira. O motor ficava ligado das 18h às 21h. Antes de ser desligado, dois avisos eram dados: o primeiro às 20h30, e o segundo às 20h45. Estes consistiam numa interrupção de segundos (apenas um piscar) como sinal de alerta.

À noite havia o passeio das jovens pelas calçadas. No primeiro aviso dado todas se despediam das amigas e dos namorados e corriam para casa - era a ordem dos pais, e ninguém ousava desobedecer. Isto se repetia diariamente. Por vezes o motor se quebrava e passavam meses até, aguardando a chegada da peça que fora para o conserto. As noites enluaradas estimulavam os românticos a fazer serenatas.

Em 1952 a prefeitura passou a administrar o serviço de eletricidade e, em 1954, o então prefeito Durval César com a cooperação da Câmara de Vereadores, adquiriu um motor para suprir a cidade de um novo sistema de iluminação pública. Foi considerada a maior obra da administração daquele prefeito pois a iluminação era um “espantalho” para os administradores da época. A energia passou a ser fornecida das 17h30 às 24h.

Em 17 de agosto de 1966, foi inaugurada a “Luz de Paulo Afonso”, pelo governador Paulo Pessoa Guerra, na gestão do prefeito José Rodrigues de Brito.
Em entrevista gravada, “Seu Sebas eletricista” mostra as mãos e diz: “Quem inaugurou foram estas mãos aqui, às 17h30”.”

(Fragmentos do livro “AFOGADOS DA INGAZEIRA – MEMÓRIAS”, 273 págs, de nossa autoria, esgotado)

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 29-novembro-2015 / 9:01:55

A confusão mental dos idosos
(*Arnaldo Lichtenstein)

Sempre que dou aula de clínica médica a estudantes do quarto ano de Medicina, lanço a pergunta:
- Quais as causas que mais fazem o vovô ou a vovó terem confusão mental?
Alguns arriscam: *"Tumor na cabeça".
Eu digo: "Não".

Outros apostam: "Mal de Alzheimer"
Respondo, novamente: "Não".

A cada negativa a turma se espanta.... E fica ainda mais boquiaberta quando enumero os três responsáveis mais comuns:
- diabetes descontrolado;
- infecção urinária;
- a família passou um dia inteiro no shopping, enquanto os idosos ficaram em casa.

Parece brincadeira, mas não é. Constantemente vovô e vovó, sem sentir sede, deixam de tomar líquidos.

Quando falta gente em casa para lembrá-los, desidratam-se com rapidez.
A desidratação tende a ser grave e afeta todo o organismo. Pode causar confusão mental abrupta, queda de pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos ("batedeira"), angina (dor no peito), coma e até morte..

Insisto: não é brincadeira.
Na melhor idade, que começa aos 60 anos, temos pouco mais de 50% de água no corpo. Isso faz parte do processo natural de envelhecimento.
Portanto, os idosos têm menor reserva hídrica.
Mas há outro complicador: mesmo desidratados, eles não sentem vontade de tomar água, pois os seus mecanismos de equilíbrio interno não funcionam muito bem.

Conclusão:
Idosos desidratam-se facilmente não apenas porque possuem reserva hídrica menor, mas também porque percebem menos a falta de água em seu corpo. Mesmo que o idoso seja saudável, fica prejudicado o desempenho das reações químicas e funções de todo o seu organismo.

Por isso, aqui vão dois alertas:
1 - O primeiro é para vovós e vovôs: tornem voluntário o hábito de beber líquidos. Por líquido entenda-se água, sucos, chás, água-de-coco, leite, sopa, gelatina e frutas ricas em água, como melão, melancia, abacaxi, laranja e tangerina, também funcionam. O importante é, a cada duas horas, botar algum líquido para dentro. Lembrem-se disso!

2 - Meu segundo alerta é para os familiares: ofereçam constantemente líquidos aos idosos. Ao mesmo tempo, fiquem atentos. Ao perceberem que estão rejeitando líquidos e, de um dia para o outro, ficam confusos, irritadiços, fora do ar, atenção. É quase certo que sejam sintomas decorrentes de desidratação.

"Líquido neles e rápido para um serviço médico".

(*) Arnaldo Lichtenstein (46), médico, é clínico-geral do Hospital das Clínicas e professor colaborador do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 22-novembro-2015 / 11:29:45

Estão se indo os justos
(Herbert Miranda 17.11.1915 - 17.06.2002)

Marcus Tavares faz questão de abominar a segunda-feira e deve ter sobras de razão para isso. Eu, também...
Segunda passada, logo de manhãzinha, toca meu celular. Atendo, e de Péricles Atahyde ouço a má notícia: “Dr. Herbert morreu...”.

Os evangelhos falam nos justos, homens diferentes, retos, íntegros e imparciais, de personalidade também insólita, tementes a Deus e com muito respeito aos seus semelhantes. Nos dias de hoje quase que só encontramos justos em citações evangélicas.

Pois é... Depois que desliguei o celular fiquei pensando... A Terra ficou mais pobre de justos. Lá se foi mais um dos pouquíssimos que ainda tínhamos.

Herbert de Miranda Henriques nasceu em 17 de novembro de 1915, em Itabaiana, berço de tanta gente boa, onde viram a luz pela primeira vez filhos ilustres da Paraíba como Abelardo Jurema e Sivuca. Logo cedo, já demonstrando o pendor ao culto do belo, o menino Herbert estudou piano com a Prof. Mariinha Santiago, ela de uma família inteiramente dedicada à música, irmã do compositor Nestor Santiago, itabaianense que deixou no anonimato uma obra belíssima.

Todos os estudos de Herbert Henriques terminaram na Faculdade Medicina do Recife num ano de data redonda. A Turma de Médicos de 1940 teve além dele, Asdrúbal de Oliveira, Arnaldo Tavares, Vicente Rocco, Roberto Granville e Aristarco Pessoa. Quatro desses aí ensinaram a arte médica na Faculdade de Medicina da Paraíba de forma brilhante. Um deles foi Dr. Herbert.

Foi quando o conheci, seu aluno, no antigo DOG, Departamento de Obstetrícia e Ginecologia ministrando ensinamentos de Neonatologia, no berçário da Maternidade Cândida Vargas. Foi o primeiro professor da Cadeira, introduzindo modificações e modernidade no berçário. Com uma fala mansa e pausada, a nós marmanjos acadêmicos, explicava a ciência de tratar e curar as crianças com a mesma paciência com que cuidava dos pequerruchos.

Seu amor às crianças devia ser intrínseco a índole dele. De um casamento com D. Zélia Henriques, gerou oito delas, três filhos varões e cinco mulheres.

A modéstia morava nele. Nunca o vi prepotente, superior, arrotando grandeza ou ciência. Não! Sempre procurando nos ensinar o que sabia e transmitir a enorme experiência adquirida pelos anos de profissão. Naquela época, o berçário da Maternidade Cândida Vargas abrigava de 30 a 40 recém-nascidos. Ele chegava bem cedinho e começava a examinar um por um, todos aqueles pequenos seres. A todos dava a mesma atenção, medicando-os, prescrevendo somente cuidados ou fazendo simples recomendações à enfermagem. O vi muitas vezes, a manhã inteira, neste magnífico mister.

Dr. Herbert era um esteta. Extremamente sensível, amava a música erudita e em viagens a Europa, cultuava as obras de artes do Velho Mundo. Cinéfilo inveterado tinha paixões pelos bons filmes, a ponto de ver os melhores mais de uma vez. Por tudo isso, quando Diretor da Maternidade Cândida Vargas, quis eu fazer-lhe uma pequena homenagem. Através do prefeito da época, Carlos Mangueira, consegui que a Câmara Municipal aprovasse projeto de Lei dando o nome dele ao embrião de uma Uti Neonatal, por mim criada com imensas dificuldades e a duras penas.

A “Uti Neonatal Dr. Herbert Miranda Henriques” foi uma semente que caiu em bom solo e medrou. Hoje é uma das melhores da cidade e funciona atendendo aos recém-nascidos dos pobres, dependentes unicamente do SUS. Em 1998, ela foi reinaugurada completamente equipada e funcionando então em toda plenitude. A honradez e bom senso do diretor médico Josvaldo Ataíde, fez conservar nela o nome de Dr. Herbert; até a antiga placa com a humilde honraria que eu fiz a ele, ainda está lá.

Hoje, na manhã desta segunda feira triste, escrevo estes pobres, mas sinceros comentários, somente a única derradeira homenagem que eu posso fazer ao Dr. Herbert Henriques, esse justo.

(Por Marcus Aranha de Macêdo, médico, no Jornal Correio da Paraíba)

(Dr. Herbert Henriques Miranda exerceu a medicina em Afogados da Ingazeira a partir dos anos 1940 a 1953, quando se transferiu para João Pessoa, na Paraíba. A família residia no imóvel onde hoje mora Dr. Aloísio Arruda)

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 20-novembro-2015 / 14:28:03

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 13-novembro-2015 / 11:50:17

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 13-novembro-2015 / 10:23:19
Prezado Carlos,

Coragem já vi que você tem, e fé em Deus também.
Siga em frente, faça a sua parte e conte com a proteção divina e a torcida dos amigos pela sua recuperação.

Abraço

FATIMA BRASILEIRO <mfblyra@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 10-novembro-2015 / 16:27:51
Carlinhos, eu soube há alguns dias, mas esperando a sua divulgação para oferecer nossa solidariedade e desejar que você vença essa batalha que certamente não será inglória, com a graça de Deus.

Fernando Pires <fernandopires1@hotmai.com>
Recife, PE Brasil - 8-novembro-2015 / 18:12:06
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