AFOGADOS DA INGAZEIRA - MEMÓRIAS Guest Book

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Em determinado momento, na sua luta contra a doença, Dária escreveu o texto a seguir:

"Pela Esperança e Fé é possível vencer a tudo. Pela dor, não é possível mascará-la ou maquiá-la.

Joelhos dobrados em oração, com Humildade e Fé, diante do Senhor, meu Deus, que me concede todas as graças de que sou merecedora...

Em pé, aceitando com serenidade todos os reveses da vida e as minhas escolhas, por acreditar que no caminho que optei, visualizei coisas boas da vida...

Agora, diante da dor, veio uma imensa força, volumosa, irresponsável, sem limites, desrespeitosa, a afogar, afrontar, humilhar e tentar me jogar no chão, tornando-me insegura e medrosa.

Durante a minha vida, a dor da perda esteve presente. Um grande amor, aquele que não se mede, presente do Criador, foi-me arrancado pelo mal de uma sociedade violenta e que agora me rodeia de outra forma.
Meu Deus! Essa força esmagadora, abominável, que mutila, não pode estar dentro de mim, não abrigo coisas ruins... como superar essa repulsa? Fechar as portas do corpo e da alma! Como?
Que força é essa a ousar destruir a criatura de Deus e sua criação?
Gerei, amamentei, e lutei toda uma vida pela obra do Criador: A vida.

Tenho muito a fazer, preciso de fortalecimento na minha caminhada e venho encontrando.
A dor faz parte do humano, a morte também, mas, não podemos aceitar essa força que humilha, antes de tudo. Um mal traidor, sem forma, avassalador, que adormece covardemente com o seu combate e depois ressurge maligna e perversa.

Na luta, alimentando a Fé, a Esperança, vou nocauteá-la, pois no Pai eu creio e deposito a confiança por seu amor às minhas filhas, genros, irmãs, em especial Paula, amigos, ao médico que me cuida e é um ser especial, iluminado, por sua opção e compartilhamento com a dor de seus pacientes; a profissional que ouve lamentos e choros, acalmando e indicando um norte nas decisões, a equipe da clínica que
acolhe com carinho, e ao Henrique (neto ), de quem recebo muito carinho.

Enquanto eu tiver a força de Deus, que me sustenta, o ofício que executo, na forma, criação e encantamento, vou ficar algumas vezes triste, sim, sou humana, mas, surpreenderei a todos com a minha dignidade. Enxugarei minhas lágrimas, sorrirei e o meu valor moral e espiritual estará sempre em tudo o que eu decidir.

Seríamos nós, Águias que enfrentam as tormentas e continuam na luta pela vida, ou a Fênix que se renova na dor? Ou a Ostra que abriga o que fere e produz uma Pérola?
É bom pensar!

Enfim, uma certeza: Só dobro os joelhos e a cabeça para DEUS, o meu Senhor, e para o que é positivo. Não aceito simplesmente travar embate com o que abomino.

A minha luta é comigo em comunhão com o Senhor. Farei minha parte, seguirei em frente e vencerei.
Livre do mal... AMÉM!
Quero e vou ter minha vida de volta!”

Dária Lúcia Pires Torres

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 17-março-2015 / 9:53:55

Texto lido por Paula Pires na missa de 7º dia

"Neste instante em que me dirijo aos aqui presentes, o faço inicialmente pedindo a Deus que me dê forças para suportar a tristeza que se abate sobre nossa família com a partida para a eternidade de nossa querida Dária; segundo, para antecipadamente agradecer a todos vocês o apoio nesse momento tão difícil de nossas vidas.

Dária, filha amada, irmã solidária, mãe compreensiva e amorosa, tia de sorriso largo, madrinha de presença constante, Ser de alma grandiosa. Assim posso resumir sua existência entre nós.

Com resignação e devota a Santa Teresinha das Rosas viveu os dias que lhe foram permitidos até ser chamada para a vida eterna. Com renúncia e fé em Deus se doou à família e à sua crença buscando a felicidade terrena.

O destino da humanidade é um só: nascer, crescer, florescer, dar frutos e se transformar em pó. Dária cumpriu esse ciclo da vida e o fez com dignidade. Nasceu no Pajeú pois quis o destino que ela fosse também uma sertaneja e, portanto, antes que tudo, uma fortaleza para resistir às intempéries que nos acometem o dia a dia.

Cresceu alimentando sonhos de realização na vida pessoal e solidária com aqueles a quem a tristeza lhes batiam a porta. Soube preservar amizades de então.

Floresceu após bem regada por pais humildes, mas que lhe souberam guiar os passos e lhe acalentar nas horas difíceis. Deu frutos que se lhe multiplicarão os genes de bondade, lealdade e abnegação.

Transformar-se-á em pó para fertilizar as árvores que plantou (Érika e Clarissa).

Paralelamente aos bons atributos artísticos soube com arte ser irmã, tia, avó e madrinha reafirmando os laços fortes que a uniam aos familiares e a quem dedicou especial atenção.

Partiu para a eternidade e eternamente deixará saudades!"

Celio e Paula Pires
Olinda, PE Brasil - 16-março-2015 / 22:27:24

Dária Lúcia Pires Torres
Missa de 7º dia / Dia 16, segunda-feira às, 19h

A missa pela alma de Dária será celebrada em AFOGADOS DA INGAZEIRA, na próxima segunda-feira 16, às 19h, na Capela do Seminário – vizinho ao antigo Hospital Emília Câmara.

No RECIFE, também na próxima segunda-feira 16, às 19h, na Capela de Santa Terezinha - Rua da Baixa Verde - no Derby. (Fica atrás do Bradesco da Agamenon, perto da Clínica Boris).
Os familiares agradecem antecipadamente esse ato de solidariedade cristã.

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 14-março-2015 / 21:40:47

Tristeza e Saudade (Pesadelo)

É... Parece sonho, mas é verdade; ela já não está mais no meio de nós. Apenas uma sombra, um nó na garganta, um aperto no peito, uma dor, uma saudade e muitas lágrimas.
Em seu lugar ficaram as fascinantes pinturas marcando sua presença no mundo das artes. Os pincéis hão de conservar por longo tempo o perfume de suas mãos que, harmoniosamente, imprimiam os mais belos quadros com admirável perfeição.
A sua imaginação fértil trazia o jardim abstrato de sua mente para o concreto da porcelana, da cerâmica, do vidro, através de suaves pinceladas que, sutilmente deslizavam sobre qualquer superfície, retratando de forma singular a beleza de seus trabalhos.
DÁRIA, você se foi, mas, por onde você passou deixou marcas que vão falar de você, dizendo que através de sua arte você se imortalizou.
Você foi a irmã que eu não tive. Nossa convivência, nossas conversas, brincadeiras, festas e encontros estão presente na minha vida.
Neste momento paro por um instante e imagino: Quão grande deve ter sido sua alegria ao encontrar-se com seu querido filho, que também nos deixou tão prematuramente.
Agora você está distante e aqui estamos nós - familiares e amigos - suportando o pesadelo da sua ausência, mas confiantes na Divina promessa da ressurreição; aí sim, nos reencontraremos e desta vez, definitivamente.

ELVIRA DE SIQUEIRA SILVA <elviradesiqueira@hotmai.com>
Afogados da Ingazeira, PE Brasil - 14-março-2015 / 13:24:13
Caro Fernando,

Hoje, ao abrir esta página fui confrontado pela nota fúnebre do falecimento da Sra. Daria Lucia Pires Torres. Não tive a satisfação de conhecê-la pessoalmente, mas me recordo de haver visto algumas notas sobre aquela conterrânea que partiu para a eternidade deixando um vácuo não só como uma pessoa amada por seus familiars, bem como conterrâneos, e respeitada como artista.

Minha percepÇão é de que ela era da sua família e isto foi o suficiente para aceitá-la como a artista deste grupo que ama o sertão.

Sei que palavras não são suficientes para transmitir o sentimento de dor, saudade e perda, mas é o único meio apropriado para nos expressar. Assim sendo, desejo transmitir ao amigo e demais familiares dessa ilustre Senhora, meus sentimentos pela sua perda.
Que o Senhor Deus a tenha no Seu seio .
O Senhor a deu e o Senhor a tirou, bendito seja o nome do Senhor.

Saudações fraternais

_______________________________
Caro Zezé, obrigado pela solidariedade. Sim, ela era minha tia, caçula da família Aurélio Pires Ferreira e Ozana Clara de Jesus. Minha mãe é a primogênita.
O falecimento se deu exatamente quando se completava 13 anos da passagem de minha avó (sua mãe) - 09 de março. (Fernando Pires)

Zezé de Moura <jojephd@yahoo.com>
Rosemead - Califórnia, CA EUA - 14-março-2015 / 8:22:42

Dária Lúcia Pires Torres
7.3.1950 – 10.3.2015

Erica e Clarissa convidam familiares e amigos para a Missa de 7º dia que mandam celebrar pela Alma de Dária.

No Recife ela será celebrada na próxima segunda-feira às 19h na Capela de Santa Terezinha - Rua da Baixa Verde - no Derby. (Fica atrás do Bradesco da Agamenon, perto da Clínica Boris).
Os familiares agradecem esse ato de solidariedade cristã.

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 13-março-2015 / 8:44:55
Enviei boas vibrações para minha querida tia Dária em minhas orações.

Minhas queridas primas do coração, Clarissa e Erika.
A dor de vocês é lacerante, mas o amor divino vai transformá-la em saudades. Restarão as recordações dos momentos vividos ao lado dessa guerreira!
Ela está eternizada em nossos corações e em muitos lares, adornados com suas obras de arte! Agora ela irá brilhar no céu!
Saiba que ela continuará velando e protegendo vocês!
Aqui na Terra, tenham a nós, sua família para estender o ombro amigo e dar-lhes o carinho que vocês merecem.
Deus as abençoe sempre.

Clebia Cleriane P R Santana
Recife, PE Brasil - 12-março-2015 / 17:40:11
Prezado Fernando,

Saiba que estamos sensibilizados pela partida prematura de Dária. Prematura no nosso entender, tinha ainda muito a viver... Mas Deus é quem sabe a hora de todos nós e, se a levou agora é porque era o melhor para ela. Já não sofre mais, esse talvez seja o consolo para quem perde um ente querido... além, é claro, da esperança na vida eterna, na qual acreditamos como cristãos que somos.

Convivi com Dária numa fase da minha vida. Ela já tinha o primeiro filho. Nascia a segunda. Eu recém casada.
Ela e Joseli foram padrinhos de casamento de Garibaldi, pela amizade e afinidade que unia os dois.
Logo depois chegou a hora de eu tomar decisão difícil... já faz tempo, mas lembro que foi difícil...
Depois praticamente não nos víamos, até que no Almoço das Mulheres de Afogados passamos a nos encontrar algumas vezes.

Sempre pensava nela como referência de dedicação à família. E como grande artista, trabalhos perfeitos. Fui a uma das suas exposições. Tudo lindo, perfeito.

Enfim, peço a Deus que a receba e com sua Misericórdia a tenha sempre perto Dele, para que descanse em Paz.

Recomendações a toda a família, em especial a Paula, minha professora e às minhas colega Elane e Solange.

Para você um especial abraço. Não sabe como foi importante sua ida ao velório de mamãe... Nos sentimos tão confortadas. Era Afogados da Ingazeira inteira nos abraçando...

Fatima Brasileiro
Recife, PE Brasil - 11-março-2015 / 22:24:03

PAI DE MEU PAI

Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.
É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa.
Lento, devagar, impreciso.
É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho.
É quando aquele pai, outrora firme e instransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.
É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela – tudo é corredor, tudo é longe.
É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.
E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.

Todo filho é pai na morte de seu pai.
Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez.
Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.
E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.
Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.
Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.
A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas. Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.
A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.
Envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.
Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?
Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.

Feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.
Meu amigo Zé acompanhou o pai até seus derradeiros minutos. No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira:
– Deixa que eu ajudo.
Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo.
Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.
Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.
Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.
Embalou o pai de um lado para o outro.
Aninhou o pai.
Acalmou o pai.
E apenas dizia, sussurrado:
– Estou aqui, estou aqui, pai!
O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali.

( Publicado no jornal Zero Hora - AUTOR DESCONHECIDO)---------------

Que nossos filhos saibam o sentido da vida e nos digam sempre onde estão...

Fernando Pires <fernandopires1@hotmail.com>
Recife, PE Brasil - 4-março-2015 / 16:32:37
Caro Fernando, depois de uns 10 dias de resfriado miserável, aqui estou novamente em boa forma. Resolvi então saber das novidades desta página, "wau” foi uma surpresa agradável.
Primeiro, a mensagem do amigo José Batista de Nascimento, lamentando a descontinuidade da Página de Afogados com o que eu concordo cem por cento. Seria bom se todos que sentem a falta enviassem seus sentimentos para o Fernando em suporte pelo seu trabalho bonito e construtivo. Só isto já me faz sentir melhor, bem melhor do que ontem.

Depois veio o vídeo do Nilo Amaro e seus cantores que me lembro com grande apreciação, fazendo me lembrar que eles foram parte da minha juventude que esta agora tao distante. “Oi leva eu...”.

Chegou então o Adoniran Barbosa em parceria com a bela e famosa Elis Regina. Ela cantava nos programas da Record, bem como o Adoniran. Estes foram parte do meu viver em São Paulo por 11 anos onde me casei e tivemos dois filhos. Naquela época o Adoniran tinha um show na Rádio Record de segunda a sexta-feira que eu gostava muito; era puro e belo entretenimento.

Finalmente o vídeo do Sivuca, este então foi algo fantástico. Rever e ouvir o grande sanfoneiro Sivuca que cheguei a conhecer pessoalmente quando ainda nos meus 14 anos, foi como o “glacê em cima do bolo”. Não sabia se ria ou chorava de alegria e saudade dos tempos idos, e dos momentos alegres que se foram. Sei que Elis o Adoniran já se foram mas, não sei se Sivuca ainda está entre nos.
Já revi o vídeo umas 10 vezes e não me cansei ainda. Nos sábados a Rádio Jornal do Comercio tinha uma programação com auditório desde 1 hora até as 4 da tarde. Foi num desses programas que cheguei a conhecer o Sivuca e outros que também participavam, bons tempos.

Esta é a mais importante parte desta página, nos ajudar a relembrar e reviver momentos preciosos para cada um de nós, nos ajudando a envelhecer com um sorriso e com alegria do que passou e está passando. Por esta razão apelo novamente aos visitantes desta página para que enviem uma nota simplesmente para agradecer ao Fernando por sua dedicação a este trabalho tão valioso que é “Afogados da Ingazeira Ontem & Hoje”.

Como percebem, sou um amante desta página desde seu início e continuo hoje firme. Esta página significa muito para este velha guarda. Por todas as razões já mencionadas, só posso agradecer ao Fernando por haver me incentivado a participar.

Abraço,

Zezé Moura <jojephd@yahoo.com>
Rosemead - Califórnia, CA EUA - 28-fevereiro-2015 / 20:52:26
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